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Conheça os finalistas e trabalhos com menções honrosas do Prêmio Roche 2022

Conheça os finalistas e trabalhos com menções honrosas do Prêmio Roche 2022

outubro 25, 2022

A décima edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde está próxima do fim. Em uma semana vamos conhecer os melhores trabalhos em Jornalismo Sonoro, Cobertura Diária e Jornalismo Digital. Recentemente, a equipe da Fundação Gabo (que forma a Secretaria Técnica da premiação) finalizou as sessões virtuais de avaliação com o jurado deste ano e escolheu os nove trabalhos finalistas que vão disputar o prêmio nas três categorias da premiação.

Também foi escolhido em uma dessas sessões o trabalho com a melhor abordagem em jornalismo de soluções, que vai receber uma menção honrosa.

Para fazer essa seleção final, o jurado do Prêmio Roche 2022 avaliou 40 trabalhos em Jornalismo Digital, 21 em Cobertura Diária e 16 em Jornalismo Sonoro, depois da pré-seleção feita pelo préjurado deste ano. Além disso, o processo teve inicialmente uma rodada técnica, feita pela equipe da Fundação Gabo, que verificou o cumprimento das regras do Prêmio nas 701 inscrições recebidas.

Esta etapa de avaliação e seleção foi acompanhada pelo assessor médico da décima edição do Prêmio Roche: Mauricio González, médico mexicano com especialização em medicina interna e de urgências, e colaborador para meios de comunicação internacionais.

Conheça agora os nomes dos trabalhos finalistas e com menções honrosas da décima edição e seus autores:

Finalistas na categoria Jornalismo Sonoro

O jurado foi formado por Mar Abad, jornalista espanhola, diretora editorial e cofundadora do podcast El Extraordinario e Guilherme Alpendre, jornalista brasileiro e diretor executivo da Rádio Novelo, com a assessoria médica do doutor Mauricio González.

O seguinte grupo de finalistas foi escolhido por esses profissionais entre 112 trabalhos inicialmente inscritos nesta categoria:

“La ruta natural”

Andrés Mauricio Montenegro.

Meio: Autopublicado (Colômbia) 

Conceito do jurado: O autor reflete sobre a cobertura da Covid-19 feita pelos meios de comunicação na Colômbia para mostrar, de maneira muito organizada, com exemplos e entrevistas de especialistas, os principais erros cometidos em cada fase da pandemia. O trabalho não tem um tom agressivo, mas sim de humor e propositivo, criando um espaço de reflexão muito rico não apenas para jornalistas, mas para todos os cidadãos que desejam um olhar crítico sobre a cobertura de saúde e ciência.

Veja o trabalho

“La refugiada”

Melissa Silva, Martín Cruz e Catalina May.

Meio: Las Raras Podcast (Chile)

Conceito do jurado: É um trabalho jornalístico que mostra muito bem como a ciência da saúde não é uma disciplina à parte. Está totalmente ligada ao social e à cultura. Este trabalho foca em um problema social importantíssimo: o aborto sem condições sanitárias pertinentes e o que é feito às escondidas das leis em alguns países.

Relata o drama real da protagonista da história e de outras mulheres em igual situação. Além disso, está muito bem contado e o formato sonoro confere uma ambientação artística e cinematográfica ao trabalho, ajudando na fluidez da narração.

Veja o trabalho

“Revolta da Vacina”

Rodrigo Alves, Gabriela Montoni, Jamille Bullé, Thales Ramos, Clara Costa, Gabriel Falcão, Danilo Marques e Lívia Baião.

Meio: Rio Memórias (Brasil)

Conceito do jurado: O trabalho investiga os acertos e os erros do governo no manejo de uma epidemia de varíola em 1904. A história foca na revolta da população do Rio de Janeiro naquele ano até as tentativas de implementação da vacinação obrigatória por parte do governo, e a partir disso aborda temas como a comunicação durante crises sanitárias e as consequências de notícias falsas.

A equipe jornalística consegue relacionar esses fatos, ocorridos há mais de um século, com a maneira como o governo brasileiro lidou com a pandemia da Covid-19, conferindo relevância contemporânea ao trabalho.

Veja o trabalho

Menção honrosa no tema “Desafios do atendimento sanitário”

“Venezuela: La epidemia de salud mental”

Mariana Zúñiga, Silvia Viñas, Daniel Alarcón, Eliezer Budasoff, Elías González, Remy Lozano e Desirée Yépez.

Meio: El Hilo (Venezuela)

Conceito do jurado: Este episódio mostra um dos desafios sanitários mais importantes que a sociedade enfrenta: a saúde mental, abrindo a discussão sobre o impacto que isso gera na qualidade de vida das pessoas, assim como as dificuldades para o acesso aos serviços de saúde.

Apesar de ser um tema recorrente nos meios de comunicação, o trabalho se destaca pela grande quantidade de dados científicos e médicos que expõe, muito bem contrastados e explicados.

Veja o trabalho

Finalistas na categoria Cobertura Diária

O jurado foi formado por Alejandro Valdez, designer paraguaio, diretor e cofundador de El Surti e Mariana Varella, jornalista brasileira e editora chefe do Portal Drauzio Varella, que contaram com a assessoria médica do doutor Mauricio González.

Eles escolheram os seguintes finalistas entre os 169 trabalhos inscritos inicialmente:

“O caso Prevent Senior”

Guilherme Balza, Wanda Alviano, Thaiza Pauluze e Thomas Kravezuk.

Meio: Globonews (Brasil)

Conceito do jurado: Esta série de reportagens constitui um exemplo de relevância internacional sobre como revelar os interesses econômicos, políticos e os atores por trás das notícias falsas e desinformações é uma das maneiras mais efetivas de combatê-las.

Documenta com evidências claras o que acontece quando se privilegia o lucro em detrimento do bem-estar e o cuidado com a saúde. Trata-se de um caso complexo, com muitos dados técnicos, diversidade de fontes e interesses que a equipe jornalística aborda ordenando e contextualizando a informação, sem necessidade de sair da linguagem própria da televisão.

Veja o trabalho

“Los niños con plomo de Cerro de Pasco esperan justicia”

Marco Garro. 

Meio: Cobertura independente publicada no Ojo Publico (Peru)

Conceito do jurado: Mediante uma grande quantidade de narrativa e reportagem, o trabalho consegue ligar como a saúde é afetada pelo meio ambiente, a economia global e um sistema público sanitário deficiente. Além disso, mostra que os impactos na saúde de uma pessoa vão além do físico, causando limitações em seu desenvolvimento cognitivo e social.

O trabalho fotográfico é destacável, e funciona como ponto de entrada para um texto completo e desafiador. Por isso mesmo, valoriza-se a produção da reportagem sonora como outra via narrativa de difusão da investigação.

Veja o trabalho: Parte 1 / Parte 2 / Parte 3

“Morir a la espera de un riñón: el limbo de los niños venezolanos que necesitan un trasplante”

Florantonia Singer e Gabriela Borjas Oráa. 

Meio: El País – edição América (Venezuela). 

Conceito do jurado: A qualidade narrativa deste trabalho amalgama de forma ágil dados pertinentes, histórias de vida e um contexto sociopolítico complexo para explicar as causas e, sobretudo, as graves consequências da suspensão dos transplantes de rim na Venezuela.

O texto tem claridade narrativa e é acompanhado por uma linha editorial sóbria e efetiva, com fotografias importantes e infográficos simples, mas contundentes, para visualizar o papel do governo venezuelano na gestão dos transplantes. Valoriza-se o enfoque nas crianças, expressado no destaque dado aos relatos delas e no seguimento dos casos.

Veja o trabalho: Parte 1 / Parte 2

Menção honrosa no tema “Desafios do atendimento sanitário”

“El desplome de la Línea 12 y la salud mental: las otras heridas”

Violeta Santiago, Luis Fernando Jarillo González, Diego Ortiz Olvera, Perla Mónica Castro Cruz, Álvaro Tonatiuh Lima García, Luz Cecilia Andrade Reyes, Jaime Jair Ortega de la Sancha, Emiliano Ruiz, Carlos Acuña, René Zubieta, Cosme Ornelas e Natalia Vargas. 

Meio: Corriente Alterna (México)

Conceito do jurado: O trabalho mostra as razões pelas quais a saúde mental deve ser incluída nos sistemas de saúde e na reparação integral das vítimas, além das consequências físicas de uma tragédia, neste caso, do acidente da Linha 12 do Metro na Cidade do México.

O trabalho se apoia em uma boa reportagem, desenvolvida com uma série de perfis que propõem um acercamento narrativo íntimo e bem executado, com a profundidade justa que permite ao leitor se colocar no lugar dos protagonistas, que, com seus relatos, expressam como a justiça também faz parte do caminho para curar e fechar evento traumático.

Veja o trabalho

Finalistas na categoria Jornalismo Digital

As histórias desta categoria foram avaliadas por Gabriela Warkentin, comunicadora e acadêmica mexicana, e Pedro Doria, jornalista e escritor brasileiro, com a assessoria médica do doutor Mauricio González.

O jurado escolheu os seguintes finalistas entre os 420 trabalhos inscritos:

“Engolindo Fumaça”

Juliana Mori, Eduardo Geraque, Sonaira Silva, Tatiane Moraes, Felipe Barros, Camilo Estevam, Guilherme Guerreiro Neto, Juliana Arini, Leandro Chaves, Rebeca Navarro, Lucas Lobo, Ramon Aquim, Dell Pinheiro, Leandro Amorim, André Hanauer, Erlan de Almeida Carvalho, Erico Rosa, Guilherme Lobo, Robson Klein, Laiza Lopes, Laura Sanchez, Tony Gross e Renata Hirota.

Meio: InfoAmazonia (Brasil)

Conceito do jurado: A equipe aprofundou com este trabalho os impactos na saúde causados pela fumaça dos incêndios na Amazônia brasileira. A investigação foi realizada com jornalismo de dados e mapeou as fumaças na região.

O design de cada informe é atrativo, com gráficos ricos e interativos, e complementados com material fotográfico de alta qualidade.

Veja o trabalho

“Redes migrantes en la pandemia”

Patricia Mercado, Nadia Sanders, Ximena Natera, Jhasua Razo e Andrea Ornelas. 

Meio: Conexión Migrante (México)

Conceito do jurado: A pandemia teve forte impacto na comunidade latina da cidade de Nova York. Nesse sentido, Conexión Migrante produziu um sólido pacote jornalístico que cumpre várias funções: dá informação a aqueles que buscam alimentos e serviços, registra a história das pessoas que morreram e retrata como a comunidade se organizou em redes de proteção mútua.

O trabalho é uma mostra do melhor que o jornalismo digital pode produzir hoje em dia ao organizar a informação de inúmeras formas: pode-se ver, escutar ou ler, em sites tradicionais ou nas redes sociais. A recepção do material é distinta, mas o potencial para chegar a públicos diversos é amplo.

Veja o trabalho

“Cicatrices sin sanar: Historias, cuerpos y mentes marcadas por la desaparición en Colombia”

Ginna Marcela Santisteban, Óscar Parra, Pilar Puentes, Santiago Luque, Paula Hernández, Jessica Santisteban, Kimberly Vega e Samara Díaz. 

Meio: Rutas del Conflicto (Colômbia)

Conceito do jurado: O trabalho apresenta um tema pouco explorado desde uma perspectiva dolorosa e necessária, e tenta compreender o impacto na saúde mental dos familiares de desaparecidos durante o conflito colombiano.

Trata-se de um amplo conjunto de reportagens de investigação com uma diagramação e edição de boa qualidade, que dão ritmo à leitura e aproveitam os recursos da linguagem digital.

Veja o trabalho

Menção honrosa no tema “Desafios do atendimento sanitário”

“La cara detrás del dato: vacunación en México. ‘Para mí, la mejor vacuna del mundo es la que me pongan’”

Elías Camhaji, Teresa de Miguel, Eliezer Budasoff, Iván Mendoza, Fernando Hernández e Nelly Natalí. 

Meio: El País – edição América (México).

Conceito do jurado: É uma obra delicada, comovedora e humana que, com pouco texto, belas fotografias e uma edição de som impecável, submerge o leitor em um ambiente imersivo que conta a história cotidiana de um senhor que enfim será vacinado no México.

Às vezes, a edição digital não precisa de muitos recursos e estamos frente à criação de um entorno imersivo no qual se convida o leitor/espectador a sentir um entorno social e entrar nas emoções de um personagem por meio da união entre texto, imagens e som.

Veja o trabalho

Menção honrosa em Jornalismo de Soluções

O trabalho jornalístico que ganhou o reconhecimento com a menção honrosa em Jornalismo de Soluções foi selecionado por Fabrice Le Lous, jornalista franco-centroamericano especializado em análise política, jornalismo narrativo e jornalismo de soluções.

Dos 701 trabalhos inscritos na décima edição do Prêmio Roche, 379 participaram desta menção honrosa, por terem feito a cobertura do tema a partir do enfoque de soluções. 16 trabalhos jornalísticos chegaram à final e a escolha do vencedor pelo assessor técnico foi:

“La partería tradicional en Oaxaca, una opción a la violencia obstétrica”

Diana Manzo, Isabel Briseño e Paulina Alejandra Ríos Olivera.

Meios: Página 3, Pie de Página e Istmo Press (México)

Conceito do jurado: Esta reportagem apresenta o parto tradicional de Oaxaca, convertido em profissional, com uma solução à violência obstetrícia. São mostrados números contundentes, depoimentos reveladores – e devastadores – e provas de que um sistema de parto profissionalizado pode oferecer partos humanizados a mais mães.

Esta reportagem cumpre totalmente com os quatro pilares do jornalismo de soluções: desde o título se centra em uma resposta a um problema social; permite tirar lições sobre a solução (replicabilidade); deixa evidência da resposta por meio de depoimentos e dados, e não oculta as limitações da resposta (discriminação, por exemplo).

Veja o trabalho

E os vencedores?

Os trabalhos vencedores em cada uma das categorias desta décima edição e seus autores serão conhecidos em 2 de novembro, em uma cerimônia em Cartagena de Índias (Colômbia), as 6:00 p.m. (hora local).

Finalistas, jurados e organizadores da premiação vão comparecer a este evento, realizado de forma presencial depois de dois anos sendo feito de maneira virtual por conta da pandemia.

Mas se você quiser fazer parte desta celebração do melhor jornalismo de saúde e ciência da América Latina, pode preencher este breve formulário de inscrição para receber o link para o evento, que também será transmitido ao vivo.

Conheça mais sobre a cerimônia de premiação

Os vencedores vão receber uma bolsa para a formação acadêmica de até $5.000 dólares (menos taxas bancárias), mais um troféu e um certificado.

Sobre o Prêmio Roche

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina e da Secretaria Técnica da Fundação Gabo, que busca reconhecer a excelência e fomentar o trabalho jornalístico de qualidade na cobertura de temas de saúde na América Latina.

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