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O que levam em conta os jurados do Prêmio Roche ao avaliar um trabalho na categoria Televisão e Vídeo?
Desde o começo do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, em três edições foram exaltadas as melhores histórias na categoria Televisão e Vídeo. As contribuições desses trabalhos ao jornalismo em saúde, com investigações rigorosas, denúncias e enfoque científico, mostram um panorama de como se desenvolve essa área do jornalismo nas produtoras e sites web na América Latina.
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Baseado nos relatórios das edições 2013, 2015 e 2017 — onde sagraram-se vencedoras as reportagens ‘Valiente Valentina’, ‘Pedra no caminho’ e ‘Alzheimer: música para recordar’, respectivamente—, fizemos uma análise do que os jurados dessa categoria levam em conta para diferenciar uma história de outra, o que se destaca nas investigações e o que eles valorizam quando avaliam um trabalho.
Formatos e técnicas inovadoras
Um dos critérios que tem sido um fator comum nas avaliações do Prêmio Roche na categoria Televisão e Vídeo são os formatos e as técnicas que utilizam os jornalistas para desenvolver as histórias.
Segundo os jurados, é importante encontrar trabalhos propriamente audiovisuais, que surpreendam por não utilizarem fórmulas óbvias, que a narração visual e a construção das cenas cumpram o objetivo de mostrar a realidade da história sem cair no sensacionalismo, que sejam inovadoras e rigorosas, e que haja claridade na apresentação das fontes. Além disso, o júri valoriza aqueles trabalhos que apresentam uma linguagem acessível a todo o público, que não tenha a pretensão de igualar aquela usada pelas revistas científicas.
A saúde não admite imprecisões
As imprecisões informativas não são permitidas nos trabalhos jornalísticos sobre saúde e, por isso, este é um motivo de desqualificação de uma história no Prêmio Roche. A desatualização da informação ou a abordagem errónea de um tema são algumas das razoes pelas quais os jurados e o assessor médico podem determinar a eliminação de um trabalho da premiação.
Equilíbrio entre denuncia e discussão sobre os problemas de saúde pública
O jurado se apoia na noção de que quando um trabalho consegue mostrar um equilíbrio entre a denúncia e a discussão sobre os problemas de saúde pública, é porque transpareceu de forma educativa e bem feita no seu conteúdo o processo pelo qual passaram os pacientes.
Rigor científico
Para o jurado, a cobertura jornalística da saúde exige como requisito indispensável um fundamento científico concreto onde cada afirmação médica esteja sustentada, sem dar espaço para fatos não comprovados. Isso está intimamente ligado a um componente de responsabilidade jornalística, pois quando se aborda temas relacionados à saúde, utiliza-se discursos que persuadem a audiência. Ou seja, no fundo, o que se faz é informar o público sobre o funcionamento, vantagens e desvantagens de medicamentos e tratamentos médicos.
Esta é uma das razões pela qual existem trabalhos que não são avaliados. O jurado alerta sobre os perigos causados por algumas reportagens que baseiam suas histórias em pseudociências e em medicinas alternativas sem sequer propor uma pluralidade de fontes que sirva para contrastar a informação ou enriquecer o debate interno da reportagem.
O componente humano
Os profissionais que foram jurados do Prêmio Roche ressaltam a necessidade de um componente humano para edificar uma história na cobertura jornalística da saúde. Ancorar emocionalmente o relato e cimentá-lo em uma narrativa biográfica livre de melodramas é a chave para erguer grandes reportagens. Quando este componente humano se estrutura de maneira audaz, com uma informação científica verdadeira e uma análise política, cultural e econômica adequadas, obtém-se uma cobertura jornalística ideal.
Jornalismo de qualidade
Para conseguir criar material jornalístico de qualidade em relação a temas de saúde, é importante o compromisso dos comunicadores, pois nessa área do jornalismo tudo é mais complexo, de acordo com os jurados das edições nas quais foram premiados trabalhos na categoria Televisão e Vídeo.
Os jurados afirmam que no jornalismo de saúde se aborda temas da atualidade, como em qualquer outra área, de forma respeitável, com estudo e investigação, e identificando histórias diferentes que precisam ser contadas. Entretanto, ao se fazer jornalismo de saúde é necessário ser extremamente cuidadoso com as informações que se divulga, porque disso pode depender a vida de outras pessoas: uma informação errada poderia matar ou complicar os problemas de saúde de alguém.
Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina e da Secretaria Técnica da FNPI- Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Iberoamericano e que busca reconhecer a excelência e fomentar o trabalho jornalístico de qualidade na cobertura de temas de saúde na América Latina.