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7 aspectos de um trabalho vencedor do Prêmio Roche na categoria Jornalismo Escrito

7 aspectos de um trabalho vencedor do Prêmio Roche na categoria Jornalismo Escrito

fevereiro 01, 2019

Desde 2013, quando se iniciou o Prêmio Roche de Jornalismo de Saúde com o objetivo de exaltar o rigor jornalístico, a qualidade narrativa e a excelência nas coberturas sobre saúde na América Latina, foram entregues três prêmios que destacam o trabalho dos jornalistas que cobrem o tema nas diferentes redações da região.

Com o reconhecimento na categoria Jornalismo Escrito, o Prêmio Roche impulsiona histórias que mudaram a maneira na qual se aborda os temas sobre saúde, o impacto na comunidade e a investigação. Durante as edições dos anos ímpares, nos quais se premia essa categoria, os vencedores foram: Longevidade: para todos?, Dor em Dobro, Recusas da FAB impedem transplantes de 153 órgãos.

Inscreva seu trabalho na sétima edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde

Com base nos relatórios das edições dos anos 2013, 2015 e 2017, fizemos uma análise para estabelecer quais são os aspectos que determinam a decisão do jurado, o que faz com que um trabalho seja considerado excelente, o que emociona os leitores e como está composto um trabalho vencedor do Premio Roche de Jornalismo em Saúde.

Qualidade narrativa

O jurado do Prêmio Roche escolhe reportagens que têm alto conteúdo humano, um atributo que muitas vezes está ausente no jornalismo científico, mais associado às vozes dos especialistas. A informação que incorpora testemunhos que dão voz e sensibilidade a setores que normalmente não os têm nos meios de comunicação possui um maior valor agregado, segundo os profissionais que qualificam os trabalhos postulados.

Ainda assim, os trabalhos que apresentam histórias e testemunhos que não são somente pinceladas, mas que compõe a trama completa da reportagem, se sobressaem entre os outros trabalhos por sua qualidade, composição, enfoque e bom nível narrativo. A qualidade narrativa é, segundo o jurado, o que faz com que um trabalho seja uma história e não um texto de divulgação científica.

Rigor e validez científica

No exercício do jornalismo em saúde é importante não apenas informar à comunidade, mas fazer isso com veracidade, rigor e exatidão. Um artigo jornalístico que trate de temas sobre saúde deve ter fundamentos científicos, fontes claras e conceitos bem elaborados com o fim de que mostrem um panorama correto sobre a saúde na América Latina, com uma linguagem simples e clara.

A denúncia está na ordem do dia

O jornalismo de denuncia tem maior vantagem em relação à informação dos avanços em diagnósticos, tratamentos e novos desenvolvimentos da medicina. Para o jurado, isso é especialmente palpável na América Latina em função de ainda persistirem na região carências na prestação do serviço e pelo fato de que os sistemas sanitários não estão consolidados. Ao mesmo tempo, autoridades e atores do sistema de saúde não atendem de maneira adequada às demandas da população.

Um jornalismo de denúncia se considera bem elaborado quando combina os testemunhos das pessoas com as vozes daqueles que devem responder como autoridade, respeitando dessa forma o princípio básico do equilíbrio informativo.

Alertas

Se bem consideram que é obrigação informar sobre todos os avanços neste campo e na medicina tradicional, deve-se proceder com muita responsabilidade para não desinformar ou gerar falsas expectativas. Nesse contexto, os jurados do Prêmio Roche sugerem que sempre que se aborde informação sobre tratamentos de saúde alternativos, o repórter deve se assegurar de que está falando sobre avanços dos quais há evidências fortes sobre sua efetividade e consequências.

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De todos os modos, sempre será saudável contar com a opinião de especialistas que façam contrapeso para entregar ao público uma informação mais completa e uma mensagem precisa.

Jornalistas em formação

Outro ponto valorizado pelos jurados é a formação que devem procurar os repórteres que seguem a agenda da saúde. Entregar ao público informação sobre doenças, patologias, possibilidades terapêuticas ou prevenção, entre outros temas, exige formação, e isso nem sempre é levado em conta nas redações. Aos repórteres, é pedido que sejam pedagógicos, que ajudem as pessoas a entenderem os problemas, e isso não pode ser feito se eles não tiverem os elementos para entender, analisar e transmitir mensagens claras e precisas.

Temas de interesse

É preferível que os temas sejam de interesse social para um amplo setor da população, que tenham um componente social, educativo, que sejam potentes, que possam aportar conhecimento à sociedade, que reivindiquem a justiça da saúde, a denúncia, e que deem valor a um dos grandes objetivos do jornalismo: contar histórias que partindo do local tenham um caráter universal, porque sem dúvida os conteúdos mais valiosos para a sociedade são a saúde, o bem-estar, a sanidade e a medicina.

Técnicas e formatos

As reportagens que os jurados mais destacam são aquelas que possuem formatos atrativos e desenhos interessantes para os conteúdos multimídia. Assim mesmo, o jurado valoriza os textos nos quais a investigação tem certa objetividade e que abordam problemáticas da realidade sem viés político e preconceitos injustificados contra alguns medicamentos ou procedimentos médicos.

Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina e da Secretaria Técnica da FNPI- Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Iberoamericano e que busca reconhecer a excelência e fomentar o trabalho jornalístico de qualidade na cobertura de temas de saúde na América Latina.

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