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Do que falar na cobertura de saúde e ciência?
Não queremos nos antecipar, mas é bom recordar: daqui a dez dias começa o último mês para o fim das inscrições para o Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde 2023. Nesta edição, teremos as seguintes categorias em disputa: Jornalismo Escrito, Jornalismo Audiovisual e Cobertura Diária. Se você é um jornalista latino-americano, você tem até 12 e julho para inscrever seu trabalho jornalístico.
Inscreva-se na décima primeira edição
Quem vai escolher a melhor história de cada categoria? Desde a primeira edição, em 2013, os trabalhos que se sobressaíram no Prêmio Roche foram escolhidos em um processo de avaliação e seleção em três etapas: rodada técnica, pré seleção, e fase final para se chegar aos finalistas, vencedores de menções honrosas e trabalhos vencedores de cada categoria.
A rodada técnica é feita pela Fundação Gabo, que comanda a Secretaria Técnica da premiação. A secretaria checa se os trabalhos inscritos estão dentro das regras estabelecidas pelo prêmio no momento da inscrição.
Na edição passada, a pré seleção foi feita por um préjurado formado por quinze jornalistas iberoamericanos. A fase final foi feita por um júri composto de seis profissionais para as categorias mais um assessor para a menção honrosa em Jornalismo de Soluções e um assessor médico, que deu orientação sobre temas científicos em todas as etapas do processo.
Todos se basearam em critérios como qualidade narrativa, domínio técnico dos temas científicos, enfoque social do trabalho, pluralidade de fontes na investigação e valores éticos para identificar as inscrições que chegaram à etapa final da competição e, também, refletir sobre o estado e o rumo do jornalismo de saúde na América Latina, a partir do exposto nas coberturas jornalísticas avaliadas.
Leia aqui o relatório do julgamento dos trabalhos do Prêmio Roche 2022
Enquanto continuamos esperando trabalhos jornalísticos sobre saúde e ciência, publicados entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022 para a atual convocatória do Prêmio Roche, compartilhamos reflexões e recomendações de Mar Abad e Alejandro Valdez, membros do jurado da décima edição da premiação, sobre os temas que devem ocupar a agenda do jornalismo de saúde e ciência em adiante.
Coberturas transversais e sem preconceitos
Em sua passagem como jurado do Prêmio Roche, Alejandro Valdez Sanabria, jornalista paraguaio, se deparou com um jornalismo de saúde que aborda o tema como um eixo transversal. Por isso, considera valioso manter essa posição para a saúde na conjuntura noticiosa, identificando-a nos temas econômicos, políticos, sociais, entre outros, e seguir apurando a partir desse enfoque.
“Se o planeta está doente, claro que nossa saúde está em jogo”, assegurou o cofundador de El Surti, para enfatizar que é necessário falar mais de saúde, meio ambiente e crise climática em uma mesma cobertura jornalística.
Valdez comemorou a ampla participação de trabalhos sobre saúde mental no Prêmio Roche e incentivou os jornalistas latino-americanos a continuarem buscando histórias sobre esse tema, explorá-las e divulgá-las “com menos preconceito”, pelo serviço prestado ao público ao abordar sem tabus essas situações.
Para finalizar, o jornalista considerou o Prêmio Roche como “um guia fundamental para jornalistas e estudantes, para indicar o caminho a ser percorrido para se fazer uma cobertura jornalística com ética, rigor e qualidade”.
Pautas sobre o caráter de prestação de serviço do jornalismo
Por vir do Velho Continente, os comentários da jornalista espanhola Mar Abad têm o peso de comparar o que acontece com o jornalismo de saúde na Europa com o que é exercido na América Latina. E a primeira reflexão da jurada, nascida desse paralelo, se transforma em uma pauta com potencial de sair do papel na nossa região.
Para a diretora editorial e cofundadora do podcast El Extraordinario, da combinação entre ciência baseada em conhecimentos científicos e “ciência cidadã” -aquela praticada na selva, em lugares onde o acesso a um hospital é difícil, dentro de uma família-, podem sair coberturas interessantes e valiosas que, além de tudo, podem ser úteis para o público.
“Se não aproveitamos os meios de comunicação para aumentar nosso conhecimento e para compartilhar essa ciência médica e essa ciência cidadã, estamos perdendo um dos grandes potenciais do jornalismo e da comunicação: a função de serviço público”, disse Abad.
Seguindo essa linha, a jornalista espanhola refletiu sobre outro tema que deve ser protagonista nas coberturas de saúde e ciência na América Latina: as mulheres, seus problemas de saúde e carências no acesso a serviços e atendimento. “São problemas que as vezes parecia que iriam desaparecer, mas não tem sido assim, e se converteram no dia a dia da saúde de metade da população mundial”, finalizou.
Sobre o Prêmio Roche
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina com a Secretaria Técnica da Fundação Gabo, que procura premiar a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre temas de saúde e ciência na América Latina, integrando os olhares sanitário, econômico, político, social, entre outras áreas da investigação no jornalismo.
Para mais informações ou dúvidas sobre a décima primeira edição do Prêmio Roche, escreva para o email: premioroche@fundaciongabo.org