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Como manter uma boa cobertura de saúde na América Latina. Reflexões do jurado do Prêmio Roche

Como manter uma boa cobertura de saúde na América Latina. Reflexões do jurado do Prêmio Roche

setembro 29, 2022

Estamos na etapa final do Prêmio Roche de Jornalismo de Saúde 2022, mas seguimos lembrando das reflexões do jurado da edição anterior da competição e a visão deles do atual estado do jornalismo latinoamericano a partir dessa experiência, na qual não apenas avaliaram e comentaram o trabalho de colegas, como também aprenderam com eles.

Sobre isso, Bernardo Esteves, jurado da categoria Jornalismo Escrito em 2021, assegurou que “o contato com os trabalhos finalistas aumenta o repertório e aguça o espírito crítico para avaliar nossas próprias práticas em comparação com o que se faz de melhor em termos de jornalismo de saúde na região”.

Segundo o jornalista, especialista em ciência e meio ambiente, o jornalismo visto no Prêmio Roche mostra na prática e de forma exemplar valores do ofício, como a qualidade narrativa, o espírito investigador e a “valentia para enfrentar governos e denunciar políticas de saúde errôneas”.

Caio Cavechini, jurado da categoria Jornalismo Audiovisual em 2021, também celebra a boa cobertura dos jornalistas latino-americanos, especialmente nos países que começam a se destacar no âmbito da saúde, “para que pessoas de outros países sigam fazendo um bom jornalismo, sigam tentando novos formatos e formas de contar histórias, de se aproximar do público”.

Mas como manter a cobertura sólida que está sendo feita pelos jornalistas de saúde da região? Esteves e Cavechini compartilham algumas recomendações a partir do jornalismo escrito e audiovisual, respectivamente:

– O texto escrito não é um recurso do passado. Ele sempre será um meio atrativo para contar histórias, apelar à imaginação e à criatividade do leitor para recriar os eventos narrados em sua mente, e um formato nobre do jornalismo que não deixa de ser atual.

– Apelar à sensibilidade e à empatia para não expor ou desumanizar sem necessidade os personagens retratados. A partir do audiovisual, este recurso é necessário para saber quando intervir ou não sobre imagens sensíveis que falam e comunicam por si mesmas.

– Dedicar mais tempo à análise para identificar como se aproximar do público e provocar interesse por meio de uma história boa, levando em conta que hoje o público está disperso em vários lugares: televisão, plataformas de streaming, redes sociais.

– Aproximar-se com mais criatividade da cobertura dos temas de saúde e não ficar parado nos formatos estabelecidos pela televisão, a fim de se comunicar através de formatos claros que não deixem o público com mais perguntas que respostas.

– Ter tempo, acesso e paixão. Tempo para viver a cobertura com intensidade e dedicação, permitindo a evolução do trabalho ao longo do caminho. Acesso para poder estabelecer contato com os personagens e lugares da história, e conseguir depoimentos que permitam que o trabalho seja único. E paixão para exercer a profissão em meio aos desafios próprios do ofício, como a desinformação, a dificuldade de fundos, entre outros.

Sobre o Prêmio Roche

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina e da Secretaria Técnica da Fundação Gabo, que busca premiar a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade de pautas de saúde e ciência na América Latina, integrando sanitário, econômico, político, social, entre outras áreas de investigação do jornalismo.

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