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Como cobrir temas de saúde e capturar a atenção da audiência: 4 recomendações de Luis Quevedo

Como cobrir temas de saúde e capturar a atenção da audiência: 4 recomendações de Luis Quevedo

abril 26, 2017

Uma boa cobertura jornalística sobre os temas de saúde implica estar à altura das novas formas de difusão da informação, ou seja, estar à vanguarda de formatos inovadores e atraentes para a audiência.

Com esta premissa, Luis Quevedo, diretor do programa CST da NTN24, iniciou sua Webinar titulada por Jornalismo e Saúde: o formato importa? (veja aqui o vídeo). Durante uma hora, Quevedo planteou vários desafios para o jornalismo enfocado em saúde: ratificar a importância da ciência na narração jornalística não somente como uma forma para difundir a informação, mas também como uma forma de combater a desinformação e gerar interesse no público. Estas foram as quatro dicas chaves dadas por ele para atingir o objetivo:

1. Ter claro que um meio não é a mensagem. Só um meio e um formato não são suficientes para transmitir uma mensagem. Atualmente é cada vez mais essencial que uma cobertura jornalística em temas de saúde e biomedicina seja feita desde diferentes plataformas: textos, vídeos, fotografias, estadísticas, infografias e todas àquelas ferramentas que implicam uma natureza multimídia. Desta forma, assegura-se um maior impacto da reportagem nos diferentes gostos e modos de leitura da audiência.

2. É mais eficiente informar através de histórias. O grande erro de muitos jornalistas é o de pensar que a informação em temas de saúde deve ser transmitida diretamente, sem componentes emocionais, com o objetivo de preservar a objetividade científica. Isto é um erro, pois geralmente a uma audiência não se engancham os dados e os procedimentos científicos, senão as histórias de vida. Por isso, os jornalistas devem rodear a informação científica de personagens e tramas, valendo-se de uma harmonia narrativa que possa atrair ao público e conduzi-lo de maneira sutil para os espaços biomédicos da reportagem.

“A narrativa é o cavalo de Troia do conhecimento”, disse Quevedo com relação a este processo.

3. Aproveitar o uso de “universais”. Na captura da atenção do público é importante identificar as linhas temáticas que mais interessam para a comunidade em conjunto. Quevedo chamou estas linhas temáticas de “universais”. Para o comunicador, existem três universais muito reconhecíveis: o dinheiro-poder, a sexualidade e a morte-vida. Se a reportagem se enfileira em alguma destas linhas, é mais provável despertar uma maior atenção na audiência.

É importante entender que estes “universais” são somente ângulos que ajudam para captar a atenção do público, o que não significa que toda realidade médica gire ao redor deles.

4. Exercer um rigor científico, não um “rigor mortis”. A cobertura jornalística da saúde não pretende ser, de forma alguma, um arquivo acadêmico. A rigorosidade científica do seu conteúdo é importante, mas deve estar planteada de forma eloquente e simples para que as grandes audiências que não estejam constituídas por especialista no tema possam entendê-la. Quando esta recomendação não é levada em conta, o resultado é um trabalho destinado à chateação e, no melhor dos casos, a de ser apreciada por poucos.

Luis Quevedo

Comunicador hispano especializado em ciência e tecnologia. Baseado em New York, produziu rádio e podcast para NPR, dirige e presenta o informativo tecnológico CST para a NTN24, colabora com o jornal espanhol El Mundo e é co-fundador da rede independente de podcasts Cuonda. Luis dirigiu e protagonizou dois premiados documentários sobre a evolução da espécie humana e o colapso da civilização.

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Esta atividade foi realizada no marco do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, uma iniciativa dos laboratórios Roche na América Latina em parceria com a Secretaria Técnica da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano –FNPI-, que busca reconhecer a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre os temas de saúde na região (Pode ler os 489 trabalhos provenientes de 18 países da América Latina que participam na quinta edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde).

Para esta quinta edição do Prêmio 489 trabalhos provenientes de 18 países foram inscritos nas categorias de Jornalismo escrito e Televisão e vídeo.

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