Foto Tirada do trabalho Longevidade para todos, de Flavia Duarte (vencedora em 2013)
Até o dia 3 de abril, estarão abertas as inscrições para participar na nova edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde. Neste ano os Jornalistas podem inscrever seus trabalhos nas categorias de Jornalismo Escrito e Televisão e vídeo.
Façamos uma revisão das histórias vencedoras do Prêmio em anos anteriores:
Na categoria de ‘jornalismo escrito’
Longevidade para todos? (2013)
Publicada no jornal Correio Braziliense, esta história está narrada através de um conjunto de reportagens escritas pela jornalista brasileira Flávia Duarte. O Júri deu destaque a este trabalho pelos seguintes méritos:
“Magistral e rigorosa série de reportagens focada na luta pela longevidade por parte daquelas pessoas que estão afetadas por doenças genéticas. São percorridas distintas perspectivas que são profundamente analisadas tais como os novos tratamentos, os cuidados paliativos, os avanços científicos, a luta judicial, o apoio familiar, e a importância de associações de pacientes. O trabalho demonstra originalidade, um tratamento rigoroso no tema e pluralidade de fontes”.
Dor em dobro (2015)
Traduzido ao espanhol como Doble dolor, este trabalho jornalístico foi escrito pelas seis mãos das jornalistas brasileiras Gabriela Sá Pessoa, Ana Beatriz Anjos e Natacha Cortêz para a Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo do Brasil. Uma reportagem potente, assim como indica a ata do Júri:
“Dor em dobro é uma investigação que relata as dificuldades que as mulheres brasileiras encontram quando recorrem ao serviço púbico de saúde com o intuito de realizar aborto quando o mesmo é legal […]. O Júri de forma unânime destacou a investigação rigorosa e minuciosa sobre um problema de saúde na América Latina e no mundo. Dor em dobro está construído a partir de uma grande variedade de fontes e histórias de vida que chegam a ser muito comoventes, o que nos ajuda a caracterizar o problema.
O Prêmio é concedido a uma reportagem fruto de um modelo inovador e Independiente de jornalismo comprometido e de denúncia. Esta investigação responde a um tema que causa preocupação na sociedade e que, além disso, é polêmico e conflitivo.
“Investigar e expor as barreiras que são postas pelas autoridades para que as mulheres possam exercer seus direitos de forma precisa e rigorosa, é o que faz com que este trabalho seja tão brilhante”.
Na categoria de ‘Televisão e vídeo’
Valiente Valentina (2013)
Transmitido pelo canal Telemedellín, Valiente Valentina, trata-se de um documentário comovedor realizado pelo jornalista colombiano Federico Uribe. Na ata final, os jurados disseram:
“é um relato surpreendente, comovedor e impactante”. Um longo seguimento da história de uma garotinha que luta contra a leucemia, enfrentando lutas significativas como a de participar em algumas olimpíadas de conhecimento. A narração é cuidadosa e aproveita ao máximo a inteligência e maturidade da protagonista. O manejo da câmara é excelente, assim como a edição. Possui o valor adicional de chegar até o fim da história. Porém é triste, mas é o que dá mais força ao trabalho.
Vale destacar que o trabalho foi transmitido num canal de rede o pública e desafia a utilizar o documentário como uma linguagem mais frequente nas reportagens jornalísticas.
O acesso à personagem e o seguimento cotidiano abordam o tema do atendimento médico de qualidade, o cuidado da família, o apoio do entorno, sem cair na literalidade.
Trata-se de um retrato inspirador e que pode motivar a outras pessoas para que enfrentem a doença de maneira mais otimista. “Os jurados recomendam a sua difusão”.
Pedra no Caminho (2015)
Transmitido pela TV Globo, Pedra no Caminho é um trabalho coletivo feito por Luciana Osório, Drauzio Varella, Wellington Almeida, Flavio Lordello, Amanda Prada e Marconi Matos. A última ata do júri, destaca tanto a importância das suas histórias quanto as técnicas empregadas para que ela fosse contada:
“Esta série se destaca, pela forma com a qual aborda o tema do câncer de mama a partir de diferentes pontos de vista, necessários e complementários, sem ser fatalista e desmistificando o caráter mortal que foi atribuído a esta doença”.
Possui uma visão lúcida, informativa e didática, está repleta de dados corretos sobre a doença e propõe uma discussão ao redor dos Sistemas de Saúde Pública e privada; faz questionamentos e denúncias, mas também mostra o que está funcionando de forma correta.
O câncer de mama é um tema de interesse mundial, levando em consideração que é o tipo de câncer mais frequente na mulher. É uma série de ampla difusão e poderia se difundir em qualquer parte do mundo. Destaca-se a investigação e produção que alcança aceder aos espaços mais importantes como os consultórios médicos, as salas de cirurgia e hospitais, para que as pessoas entendam como funciona o tratamento da doença. Além disso, deixa o público preparado para a possibilidade de que em algum momento deva enfrentar uma situação parecida. “O repórter é sério, está muito bem treinado, o que gera solidez à abordagem que é feita no tema em questão”.
Sobre o Prêmio Roche
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa dos Laboratórios Roche na América Latina em parceria com a Secretaria Técnica da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-Americano –FNPI-, que busca reconhecer a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre os temas de Saúde na região. Consulte as regras do Prêmio.