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Como está o jornalismo de saúde na América Latina?

Como está o jornalismo de saúde na América Latina?

janeiro 14, 2014

Logo após o processo de avaliação da primeira edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, o júri da categoria Televisão e Vídeo compartilhou as seguintes conclusões, depois de analisar as obras que mais se destacaram no concurso.

O que vocês encontraram de mais valioso nos trabalhos finalistas da primeira edição do Prêmio Roche?

Darío Fernando Patiño: Todos eles têm uma história de impacto, algumas são até reveladoras. Por exemplo, o caso do transplante de braços no México, “Con los brazos abiertos”, não se vê isso todos os dias. É uma reportagem muito séria e muito bem feita, que vai além da notícia de que alguém foi submetido a essa cirurgia.

Uma história admirável e maravilhosa é “A Vida por um Fio” que enfoca a questão dos Cuidados Paliativos para doentes terminais no Brasil e nos deixa verdadeiramente surpresos, nos comove, nos impressiona. Ela mostra que o amor, a companhia, a solidariedade, ajudam a viver, mas também contribuem para “se morrer bem”.

Adelaida Trujillo: No caso de “Con los brazos abiertos”, por exemplo, a abordagem discreta, não sensacionalista, de uma questão médica muito forte, como um transplante de braços, é impressionante. Na minha opinião, o jornalista lida com o assunto de uma forma muito discreta, com um corte e uma edição muito claros. A apresentação é feita em um formato tradicional: o jornalista aparece, a narração é feita em off, porém tem força. Existe diversidade de fontes. É um trabalho realizado em equipe, revela inovação, aborda um tema humano.

“A Vida por um Fio” tem força. Segue uma estrutura convencional de apresentação de vários casos, de investigação com várias fontes. Dá um vislumbre complexo da questão da morte, que não é muito abordada. Além disso, também tem a ver com as políticas públicas, com a poupança pública. É inovador na maneira como aborda os tratamentos de doentes terminais. Atende a todas as regras do concurso. E é um exemplo claro da televisão pública brasileira atualmente, com formatos de grande alcance.

Quais foram as tendências observadas nos trabalhos pré-selecionados na primeira edição do Prêmio Roche?

Adelaida Trujillo: Temos um equilíbrio de formatos interessante, de televisão pública e privada, independente e comercial, de produções curtas e longas. A abordagem humana em quase todos eles. Pluralidade de fontes.

Faltaram exemplos da televisão chilena que tende a ser inovadora em suas narrativas, que aborda as políticas públicas de forma mais complexa. Questões de violência estrutural, com um enfoque mais sócio-ecológico.

Senti falta de uma maior interação com o público, da crossmídia, da utilização dos novos meios sociais. Talvez seja um apelo, uma recomendação para o próximo prêmio. Que vinculemos tudo isso.

Darío Fernando Patiño: A abordagem do ponto de vista do paciente. Predominaram mais as histórias de pacientes do que a informação científica propriamente dita. Neste caso, por exemplo, fora um dos trabalhos que recebemos do Brasil – “Câncer: Avanços e Desafios”, não houve outros que falassem de inovações, descobertas, de propostas. Essa foi a característica: as histórias humanas predominaram sobre as científicas.

Para saber mais sobre as conclusões do júri do Prêmio, consulte as avaliações da categoria Televisão e Vídeo e da categoria Jornalismo impresso.

Para conhecer o regulamento do Prêmio 2014, clicar aqui. 

Para inscrever-se no Prêmio, clicar aqui.

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