O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde tem o prazer de anunciar os finalistas da sua quarta edição nas categorias Rádio e Internet, que foram indicadas pelo júri como as melhores entre 250 candidaturas de 19 países recebidas nesta convocação.
Em ambas as categorias os júris selecionaram três finalistas, entre os quais estão os vencedores, que serão divulgados no próximo 7 de julho, durante o Roche Press Day, foro educativo de jornalismo científico e de saúde organizado por Roche, que será realizado em San José de Costa Rica de 5 a 7 de julho.
Os vencedores de cada categoria receberão uma bolsa para participarem de uma oficina da FNPI ou poderão optar pelo Festival Gabriel García Márquez de Jornalismo que será realizado em Medellín, Colômbia, de 29 de setembro a 1° de outubro. Além do mais, todos os finalistas serão convidados com todas as despesas cobertas ao Roche Press Day, recebendo também o livro Gabo Jornalista, um diploma e uma medalha.
Categoria Internet
Entre os 250 trabalhos propostos al Premio Roche de Jornalismo em Saúde, 186 foram na categoria Internet. O júri foi conformado pelo colombiano Hernando Álvarez, diretor de BBC Mundo e editor regional das Américas do Serviço Mundial da BBC; a brasileira Mariluce Moura, jornalista especializada em jornalismo científico e criadora do projeto digital Ciência na rua; e a assessora médica, a espanhola Ángeles López Urbano, formada em Enfermagem e atual chefe de seção da área de saúde do jornal El Mundo de Espanha, elegeram como finalistas a:
Caminhões-pipa no Ceará entregam água imprópria à população
Autora: Thays Lavor
País: Brasil
Meio: Agência Pública.
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Comentários do júri
É um excelente trabalho de investigação sobre um problema que poucos meios de comunicação tem a coragem de cobrir nessa dimensão e que possui um enfoque original para um tema quase sempre tratado como uma questão simplesmente económica e com dados estatísticos.
Destaca-se o esforço proativo de ter comprovado através de estudo a qualidade da água. A publicação abre um caminho para o futuro. A combinação de um texto humano com cifras robustas aumenta a credibilidade do reporte e ajuda a visualizar a dimensão do problema. Possui uma narração visual diferente, autêntica e próxima. A produção das fotografias, vídeos e gráficos é clara e contribui ao entendimento.
O vídeo, especificamente, tem um tratamento íntimo e específico para o formato web, que o diferencia claramente de uma produção de televisão.
Esquecidos
Autores: Karina Sgarbi, Raquel Reckziegel e Diego da Rosa
País: Brasil
Meio: Jornal NH.
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Comentários do júri
O trabalho é sensível, profundo e claro. O início da narração da filha monstra a face humana do tema e produz uma empatia imediata com o público. Em termos de jornalismo científico é um trabalho de alta qualidade que está voltado a um público extenso. Fala diretamente e ser prejuízos. É valiosa a explicação científica do que produz o Alzheimer no cérebro.
O júri destaca a narrativa digital aplicada, bem como o uso de dados, vídeos, infografias e gráficos que enriquecem a reportagem.
Cicatrizes do trabalho
Autores: Pamyle Karlin Brugnago Da Luz, Cleisi Soares, Arivaldo Hermes, Rafael Alvarez, Rafaela Martins e Gilmar de Souza
País: Brasil
Meio: Jornal de Santa Catarina.
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Comentários do júri
O trabalho trata um tema pouco recorrente na mídia, mas muito importante na sociedade latino-americana. Os acidentes no trabalho geram um grande número de óbitos e deficiência crônica em milhares de pessoas. No entanto, geralmente esta questão é pouco trabalhada pelos jornalistas.
A reportagem tem profundidade e parte de um universo pequeno para obter um panorama completo do assunto abordado. O texto é ágil e há um contraponto entre o depoimento humano e os dados reais. A cena reproduzida automaticamente no início do trabalho convida ao leitor a entrar e conhecer a história. É um exemplo de uma peça que aproveita bem os recursos audiovisuais de internet.
Destaca-se a clareza estética de sua apresentação e que o menu de navegação permite que a audiência decida como consumir a reportagem. Não tem medo de se arriscar nem de utilizar uma estética em preto e branco.
Além do mais, o júri considerou menções honorificas para:
Vida e morte no trabalho
Autoras: Mauri König e Patrícia Cardoso Dias
País: Brasil
Meio: Gazeta do Povo.
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Comentários do júri
Obviamente desde o título e o primeiro parágrafo que se trata de um ângulo inovador que poucos meios de comunicação abordam com frequência. O trabalho está muito bem pesquisado e aproveita as ferramentas digitais para fazer mais simples e evidentes as cifras indicadas na reportagem.
O uso de vídeos para aprofundar nas opiniões dos analistas e o uso de mapas também merecem ser aplaudidos, bem como a descrição detalhada dos acidentes do caminhoneiro. O detalhe da galeria com fotografias de sua vida oferece um elemento humano que faz com que o setor se conecte ainda mais com o assunto.
A audiência tem a possibilidade de aprofundar neste problema incluindo no final de cada nota os links que dirigem a mais gráficos. Todos eles apresentados de uma forma muito clara.
A júri Mariluce Moura, com a assessoria médica de Ángeles López Urbano, decidiu entregar uma menção honorifica ao trabalho indicado a seguir. Hernando Álvarez declarou-se impedido por ter um claro conflito de interesse por ser diretor da mídia onde o autor trabalha.
O claustro Nieves ou a comovedora história da família albinos que mora no claustro em Puerto Rico
Autor: Alejandro Millán
País: Colômbia
Meio: BBC Mundo
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Comentários do júri:
Os textos, vídeos e fotografias conformam uma bela narrativa de um caso que é por sua vez a história particular de um grupo de indivíduos, um problema compartilhado por outras pessoas que têm diferentes graus de albinismo no mundo todo, e que supõe um desafio científico.
O autor do trabalho consegue transportar o leitor para o local e ambiente onde essa família mora. A forma na qual se conta a história mostra este problema de saúde com muita riqueza. É uma pequena e preciosa peca jornalística, rica em imagens que dão cor, cheiro e música. É um exemplo de recuperação de um formato de jornalismo literário para internet, visto como o menos literário da mídia.
Categoria Radio
Este ano, dos 250 trabalhos inscritos, 64 foram candidatados na categoria de Rádio. O júri esteve conformado por Carlos Ulanovsky, diretor do programa Reunião Cúpula de Rádio Nacional de Argentina; Veet Vivarta, consultor independente de mídias e representante da América Latina e do Caribe do Comité Gestor do Global Forum for Media Development (GFMD); e Ángeles López Urbano, chefe de seção da área de saúde do jornal El Mundo elegeram como finalistas a:
Conhecendo o parto humanizado
Autora: Verônica Pimenta
País: Brasil
Meio: Rádio Inconfidência
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Comentários do júri
É um trabalho jornalístico onde foram utilizadas múltiplas fones e que trata de um assunto original e muito presente na sociedade. Aborda um problema de saúde que não é comum desde um ponto de vista que não é tradicional. Mostra uma discussão profunda sobre um tema de política pública, presente em muitos países da América Latina.
Na medida em que vamos ouvindo os episódios vamos adicionando detalhes, inclusive bastante desconhecidos, dessa realidade do parto humanizado desde a perspectiva da mulher que é a protagonista de um processo no qual deveria ser considerada.
Apresenta uma visão razoavelmente equilibrada e objetiva, mostrando posições divergentes que conseguem refletir a dimensão do problema sem menosprezar a outra parte. O defende, porém não é militante, abre a discussão a críticas e a outras opiniões.
Os Cegos que não se vêm
Autora: Lucano Romero Cárcamo
País: México
Meio: Rádio Teziutlán
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Comentários do júri
É uma ideia original que reflete um problema oculto até agora na sociedade e nas mídias.
O jornalista, durante as entrevistas, mantém a sua voz em segundo plano e os personagens são quem adquirem o protagonismo. Humaniza as pessoas ao aproximar-lhes o microfone.
O júri reconhece o valor documental do trabalho, que é bem pouco frequente na rádio atualmente, devido aos recursos necessários para a sua elaboração e ao tempo que o jornalista tem que usar para o seu desenvolvimento.
É um trabalho que tem força, que conta uma história, onde as fontes consultadas inicialmente oferecem um enfoque social significativo.
Das vacinas, do abandono e outros demônios
Autora: Martha Amor, Fabián Cardoso e Rudy Negrete
País: Colômbia
Meio: UdC Radio
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Comentários do júri
A história contada é interessante, especialmente porque é um tema recente, da atualidade, real, com implicações políticas e pertencente a agenda pública, e que visualiza um tema de saúde ao qual o Governo parece ter virado as costas.
A narração abunda em testemunhos significativos que contribuem para entender este caso que os agentes do Estado qualificaram de “sugestão coletiva”. O programa fala também das consequências sociais do rumor: em uma comunidade, 40 meninas, entre 700, que receberam uma vacina afirmaram que lhes provoca desmaios e outros transtornos físicos.
O desenvolvimento jornalístico é acertado, tem um bom manejo explicativo, especialmente quando se refere as crenças sobrenaturais de um determinado setor social. É uma narração onde se monstra também a sensibilidade jornalista.
A edição do programa é muito original. É muito oportuna a contribuição do literário, através de alguns fragmentos do livro ‘Do amor e outros demônios’ de Gabriel García Márquez. Também são acertadas as contribuições musicais e sonoras.
Trata também o assunto do abandono, mostrando como as comunidades que estão em povoações afastadas ganham menor importância para o governo, embora sejam assuntos de saúde relevantes.
Igualmente, o júri considerou uma menção honorifica para:
Mal nutrição, armadilha mortal para 50% das crianças na Colômbia
Autora: Mayerly Barrera López
País: Colômbia
Mídia: La FM, de RCN
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Comentários do júri
É um trabalho radial atrativa com uma boa, sólida e segura tarefa da relatora, que maneja perfeitamente o fio da história. Tem uma variada quantidade de fontes, os entrevistados conferem o trabalho um acertado domínio técnico. É um assunto de alcance social pouco tratado.
Sobre o Premio Roche de Jornalismo em Saúde
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa de Laboratórios Roche América Latina com a Secretaria Técnica da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano tem como objetivo reconhecer a excelência e a qualidade do jornalismo em temas relacionados com a saúde.
Para mais informações:
Stephany Rua Pantoja
Coordenadora do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde
srua@fnpi.org
(+57) 5 6645890 Ramal: 123
Cartagena de Índias, Colômbia
