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10 conselhos do júri do Prêmio Roche 2019 para uma boa cobertura de temas de saúde

10 conselhos do júri do Prêmio Roche 2019 para uma boa cobertura de temas de saúde

janeiro 17, 2020

Na sétima edição do Premio Roche de Jornalismo de saúde, onde serão avaliadas as categorias Jornalismo Escrito e Televisão e Vídeo, que receberam mais de 670 inscrições de trabalhos de 19 países da América Latina, o jurado, formado por Bianka Cavalcanti de Carvalho e Antonio Martínez Ron, com a assessoria médica do doutor Carlos Francisco Fernández, elegeu como vencedor na categoria Televisão e Vídeo a reportagem Enemigo Silencioso.

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A reportagem vencedora, de José Alvarado, Iván Mestre, Mauricio Campoverde e Tito Mite, veiculada em Ecuavisa, do Equador, foi escolhida por ser um excelente trabalho jornalístico sobre um tema de saúde de máxima relevância e abordado com uma enorme sensibilidade, como é o câncer de colo do útero, provocado pelo vírus do papiloma humano (HPV), que pode ser mortal se não detectado a tempo.

“Trata-se de uma reportagem sóbria, carregada de informação útil sobre a incidência do câncer de colo do útero, com um enfoque certeiro e um uso preciso do ritmo narrativo. Um informe exemplar e que chama a atenção para um problema sanitário que afeta as mulheres, ainda que, como nos lembram os autores, são os homens os transmissores da doença. Jornalismo de qualidade que nos faz lembrar da utilidade e da responsabilidade social da televisão bem feita”, concluíram Martinez Ron, Cavalcanti de Carvalho e Fernández. 

Em 2020, o Prêmio Roche chega à sua oitava edição. As inscrições estarão abertas até 2 de abril para trabalhos de jornalismo em saúde nas categorias Jornalismo Digital, Jornalismo Sonoro e Cobertura Diária. Esta última será premiada pela primeira vez. Conheça as regras da premiação e anote os aspectos – mostrados a seguir – que o jurado levou em conta para escolher como vencedor em 2019 o trabalho “Enemigo Silencioso”.

De acordo com o jurado, o jornalismo em saúde deve satisfazer várias exigências estéticas e conceituais para alcançar a excelência. Martínez Ron, Cavalcanti de Carvalho e Fernández fizeram a seguinte lista de premissas básicas que toda cobertura sobre saúde deveria contemplar em televisão e vídeo – e em qualquer formato – e as quais “Enemigo Silencioso” definitivamente apresenta.

  1. Um trabalho jornalístico em saúde deve ser rigoroso em relação à informação científica que divulga. Para isso, é necessário uma documentação confiável, uma revisão exaustiva das cifras oficiais e várias consultas a diferentes especialistas no tema.
  2. As histórias contadas não devem ser previsíveis. Pelo contrário, o jornalista deve narrar a realidade desde uma perspectiva interessante que não tenha sido abordada anteriormente. 
  3. Deve-se sempre ouvir diferentes fontes. A pluralidade de versões, dados e pontos de vista enriquecem uma reportagem, tornando-a mais profunda e comprometida com a verdade.
  4. É indispensável o uso de infográficos, desenhos atrativos e diagramas computadorizados. Esses recursos tecnológicos facilitam a compreensão da informação científica e são chamativos para a audiência. 
  5. O tema da cobertura jornalística deve ser relevante desde o ponto de vista médico. Do contrário, é muito possível que a reportagem termine sendo frívola. 
  6. O jornalista deve contrastar as diferentes versões que giram em torno a uma mesma história. Contrastar pontos de vista e investigações é um método seguro para não evitar “medicamentos espantosos”, “tratamentos fantásticos” e “milagres médicos”.
  7. Deve-se evitar, especialmente em relação a tratamentos médicos, as generalizações. Elas são irresponsáveis e poderiam fomentar um comportamento equivocado na audiência. 
  8. As histórias da área da saúde estão cheias de pessoas que vivem distintos dramas e experiencias difíceis. É essencial, portanto, não cair no sensacionalismo e no melodrama. É melhor optar por um relato sóbrio e humano que seja conduzido evitando a busca pelas lágrimas. 
  9. O formato audiovisual exige um bom som e uma boa iluminação. E também um processo adequado de edição. Quando a parte técnica falha, o público se desconcentra da história. 
  10. Em uma reportagem sobre saúde, deve-se tentar oscilar entre o particular e o universal, o individual e o coletivo. Dessa forma, é provável que o público se identifique com a história e encontre nela um problema maior. 

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